segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O caso Alezzia e a virtude do pequeno empreendedorismo.

Por Lucas Novaes

UPDATE: Parece que em face a repercussão dos ocorridos, a Alezzia tem adotado uma postura mais conciliadora e “pacifista” em sua página oficial, objetivando-se a doar uma quantia em dinheiro para ONGs. Isso demonstra mais uma vez que o aumento na popularidade de uma marca privada vem, necessariamente, acompanhada da perda de suas visões iniciais. 

Um assunto que claramente marcou os últimos dias nas redes sociais (especialmente no Facebook) foi o caso envolvendo uma indústria brasileira “especialista em móveis de inox”. A (até então) desconhecida empresa com sede no Rio de Janeiro tem contratado belas mulheres para fazer propagandas de seus produtos: típica estratégia de marketing capitalista (mulheres bonitas, ao contrário de homens bonitos, atraem milhares do sexo oposto aos produtos que as mesmas promovem). Fato esse não reconhecido por muitos ativistas sociais.


Figura 1 - Exemplo de propaganda da Alezzia.

Esse tipo de marketing acabou por gerar uma repercussão negativa por parte de militantes feministas, que passaram a atacar, em massa, a página oficial da empresa no Facebook, com comentários rancorosos e avaliações negativas aos serviços da mesma no sistema de classificação (que vai de 1 a 5 estrelas) da rede social. Porém, ao não se curvar perante a vontade da militância minoritária e barulhenta das ativistas que queriam que esse estilo de propaganda acabasse, a Alezzia acabou por receber bastante apoio. Esses apoiadores (dezenas de milhares) passaram a seguir a página e classificar a prestadora de serviços como sendo “5 estrelas”.

O que um evento como esse pode nos ensinar? Não é novidade para nós que é comum ver grandes corporações aderindo ás causas de Direitos Humanos e minorias. Avon, Boticário e Apple são apenas alguns dos incontáveis exemplos. Podemos dizer que as grandes empresas, pelo seu caráter multinacional, querem o apoio de todas as demográficas possíveis, maximizando assim, seus lucros. Também é verdade que diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) criam militâncias, sobretudo na internet, com o intuito de empurrar essas empresas para causas politicamente corretas, um exemplo claro disso ocorreu em 2011 quando a rede de fast food estadunidense Chick-fil-A patrocinou uma conferência que contava com a participação do grupo conservador Pennsylvania Family Institute, conhecido por suas posições contrárias ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Esse fato gerou uma grande controvérsia e os militantes LGBT tentaram arruinar a imagem da empresa. No final das contas, a Chick-fil-A acabou cedendo à pressão e retirou seu patrocínio aos grupos conservadores que antes patrocinava.



Figura 2 - A Chick-fil-A também já foi alvo da militância dos idiotas úteis.

O progressismo social, por receber apoio não somente das inúmeras ONGs ao redor do mundo, como também do governo dos Estados Unidos e seus vassalos na Europa e em outros lugares, é um fenômeno difícil de ser combatido. A Alezzia, por ser uma empresa brasileira completamente desconhecida até então, não precisou se preocupar com a militância contrária pois não tinha nada a perder: estava na estaca zero e, graças a essa polêmica, conquistou muitos apoiadores. Muitas grandes empresas voltariam atrás e cederiam a pressão para não ter sua imagem supostamente arruinada.

A virtude do pequeno empreendedorismo, descompromissado de grandes causas, é que, por ser pequeno e descomprometido, acaba, muitas vezes, por reforçar certos valores existentes na população. Quando uma empresa cresce e se torna uma marca de alcance nacional ou mundial, ela acaba tendo que atender a diversos interesses alheios aos dos consumidores (interesses de governos estrangeiros, ONGs, militâncias minoritárias). E com isso ela acaba perdendo a sua identidade. Um caso similar ocorreu com o vlogueiro Felipe Neto, o primeiro brasileiro a conseguir 1 milhão de inscritos. No início, apesar de sua superficialidade, ele falava o que milhões de brasileiros pensavam e queriam ouvir. Conforme ele foi ficando mais famoso e assinando contratos com a Rede Globo, teve que mudar suas opiniões consideradas “homofóbicas” e “sexistas”. Agora, ele se tornou um mero propagandista das causas globais. A autenticidade se perdeu.

REFERÊNCIAS:


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