Por Marcus Valério XR
Como negligenciar
todo um contexto político cultural quando um certo Movimento de Resistência Nórdica de teor
nacionalista faz uma passeata no dia 1° de maio, Dia do Trabalhador, na Suécia,
com o emblemático contingente de 300 homens engravatados, cuja ideologia vem
fortalecida após uma nova política de restrição de fronteiras para deter a
entrada de imigrantes médio orientais?
Simples: focar
toda a importância num gestinho simbólico pífio de absoluta irrelevância que
nem a própria autora levou a sério! O quase imperceptível protesto da obscura
ativista negra Tess Asplund, que sequer irei linkar aqui porque
100% de todas as notícias em português e a maioria esmagadora das em inglês ou
espanhol que tocam no assunto o descrevem como 'O Heróico ato de uma mulher
negra que "desafiou" um movimento nazista'. De um perspicaz
fotógrafo, tentou-se divulgá-la como um ícone histórico de resistência à
opressão, apesar de ter durado exatos 4 segundos onde sequer reduziu o passo da
marcha, não proferiu palavra alguma e logo foi removida, e protegida, pela
polícia, e um companheiro branco que se limitou a "dar o dedo", e sem
os quais certamente ela sequer teria tido coragem de se aproximar da
manifestação que seguiu adiante ignorando-a por completo.
Este breve
vídeo mostra tudo o que há para ser visto atestando a total nulidade do ato, enquanto
a maioria dos outros, editados, tentam fazer o ocorrido parecer mais relevante
do que é. E mais: a própria autora se mostrou não apenas surpresa com a
repercussão da foto, mas até mesmo assustada com a possibilidade de uma
hipotética retaliação. Em suas próprias palavras: "Estou em
choque. Os nazistas são muito agressivos, então eu estou um pouco 'Que merda,
talvez eu não devesse ter feito isso, eu quero paz e sossego.' Esses caras são
grandes e loucos.", disse a ativista de 1,60m e 50kg, lutando para
manter a calma.1
Ela não deveria se preocupar, ninguém entre os membros do movimento nacionalista em questão parecem ter dado a mínima para ela, que evidentemente não tem nem de longe a "coragem" que a mídia está tentando lhe imputar em seu esforço de obscurecer qualquer informação relevante sobre o ocorrido, limitando-se a não apenas dizer que os manifestantes são 'nazistas', o que seria apenas substantivação, mas a chamá-los de 'nazistas', o que se torna adjetivação da versão aparentemente menos infantil de dizer que algum movimento é 'do mal'.
Ela não deveria se preocupar, ninguém entre os membros do movimento nacionalista em questão parecem ter dado a mínima para ela, que evidentemente não tem nem de longe a "coragem" que a mídia está tentando lhe imputar em seu esforço de obscurecer qualquer informação relevante sobre o ocorrido, limitando-se a não apenas dizer que os manifestantes são 'nazistas', o que seria apenas substantivação, mas a chamá-los de 'nazistas', o que se torna adjetivação da versão aparentemente menos infantil de dizer que algum movimento é 'do mal'.
Quem quiser
conhecer alguma coisa sobre o acontecido, onde os manifestantes ostentavam o
cartaz "Luta contra os Grandes Financistas e os Traidores do
Povo", não pode contar com a web em português. Vai
ter que se virar. Mas vou fazer um breve e rápido trabalho do tipo que toda
nossa praticamente inútil mídia virtual achou por bem dispensar.
O Movimento de Resistência Nórdica é uma
organização assumidamente Nacional-Socialista fundada em 1997 que opera na
Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia, resultante de dissidências e
desmembramento de organizações anteriores, muitas delas com membros
criminalizados. Hoje, no entanto, atingiu o estatuto de partido político, já
tendo elegido seu primeiro e único representante entre os 290 municípios
suecos. Apesar dessa representatividade insignificante, boa parte da ideologia
do partido está espelhada no do partido dos Democratas Suecos, de
teor conservador, nacionalista e resistente à União Europeia, que já detém nada
menos 14% do parlamento sueco e 10% da representação sueca de 20 membros no
Parlamento Europeu. 2
Previsivelmente,
o Site oficial do MRN não tem tradução para
outros idiomas que não o sueco, o que seria de se esperar de um movimento
étnico pouco amigável a estrangeiros que não os demais nórdicos, lembrando que
seus idiomas, especialmente sueco, norueguês e dinamarquês, são bastante parecidos,
sendo em geral inteligíveis entre si.
Neste breve vídeo da
manifestação, pode-se ter uma visão melhor da passeata, que
brada basicamente pela restrição a entrada de imigrantes não nórdicos,
especialmente muçulmanos, pela rejeição ao sionismo, capitalismo financista e
liberalismo em geral, lembrando que ao mesmo tempo, nacionalistas também são
anticomunistas. Devido à dificuldade de encontrar material que não em idioma
nórdico, esse depoimento antissionista de 2012, em espanhol, de um dos
membros da organização, pode ser bastante útil para detalhar melhor a
mentalidade por trás do movimento.
Trata-se do mesmo
grupo envolvido em controversa ocorrência na estação central de trem de Estocolmo. Grupos
nacionalistas e conservadores descreveram com um ato pacífico de divulgação e
panfletagem com algumas manifestações acaloradas, e a mídia liberal e
progressista como um ato de violência contra mulheres e crianças imigrantes. A
absoluta ausência de imagens de qualquer agressão num mundo bigbrotheriano repleto
de câmeras, bem como a total ausência sequer de fotos de feridos, laudos
médicos, boletins policiais ou mesmo depoimentos, fala a favor de um lado.
No link Swedish far-Right mob attacks
migrants in central Stockholm in wake of social worker murder há
praticamente o único vídeo relevante do caso, onde pode-se ver a segurança
ameaçando alguém que não se sabe ser um imigrante ou um dos manifestantes,
enquanto as legendas do vídeo dizem, "isso parece aquilo" e
"aquilo parece isso".
Mas agora,
deixando de lado especulações e desinformações, vamos aos fatos.
A imigração em
questão interessa aos grandes empresários e ao setor financista, visto implicar
em mão de obra barata, o meio mais rápido, direto e fácil de baixar os custos
de produção e consequentemente aumentar lucros. As meras "mãos invisíveis
do mercado" favoreceriam a movimentação de trabalhadores menos exigentes
dispostos a trabalhar mais por menos, para alegria dos liberais. Ainda que
"mãos invisíveis" também sejam responsáveis pelas más condições de
vida de determinadas regiões do globo, submetidas a séculos de colonização e
exploração violenta dos mesmos países que hoje falam em liberdade, e de onde
saem essas populações dispostas a pegar de volta um pouco daquilo que as
metrópoles, direta ou indiretamente, lhes expropriaram. Isso quando o que se vê
não sejam exércitos com armamentos de última geração, incluindo "aviões
invisíveis", destruindo a já precária infraestrutura de regiões que se tornam
insuportáveis gerando migrações em massa, dentro da qual aproveitadores e
manipuladores infiltram toda sorte de espiões, baderneiros e terroristas.
Uma Esquerda
decente de legítimo teor trabalhista deveria receber esses imigrantes,
fiscalizá-los e sindicalizá-los, descartando, claro, os mal-intencionados,
garantindo aos trabalhadores estrangeiros os mesmos direitos trabalhistas e
equipará-los à mão de obra nativa. Isso impediria que os imigrantes, pelas
precárias condições de vida, formassem guetos no país que os recebe, evitaria
desemprego expressivo entre a mão de obra nativa, e desencorajar a migração,
trocaria a grande quantidade de trabalhadores imigrantes por maior qualidade
dos que em menor quantidade emigrassem.
Mas a Suécia é o
expoente mundial no processo corruptor que despojou a Esquerda de toda sua
dimensão econômica para transformá-la no pior tipo de neoesquerdismo feminista,
LGBTT, racialista, abortista, vitimista e hipócrita até não restar nem mais um
pingo da Luta de Classes original e toda ela passar a servir ao mesmo poder
econômico que finge combater. E ainda que boa parte disso se deva ao fato da Escandinávia
ter atingido tamanho padrão de vida que fica difícil outra coisa que não
decair, lembremos que ela foi escolhida como o maior laboratório social mundial
para experiências liberais que foram da total desregulação sexual para a mais
restritiva afetação puritana típicas da esquizofrenia feminista.3 Visto que a cultura nórdica parece desde
sempre receptiva a tais noções como já o apontava o viajante árabe e erudito
muçulmano Ahmad ibn Fadlan, no Século X. Bem
como na mesma época outro estudante muçulmano, o viajante persa Ahmad ibn Rustah, destacou a
grande receptividade dos nórdicos a estrangeiros. 4
Os nacionalistas, incluindo os que ainda insistem no paradoxal conceito de 'nacional-socialismo', que são considerados Extrema-Direita apesar de serem absolutamente hostis ao grande Capital, encarnam o tradicional papel belicoso de defesa étnica e territorial que se é o responsável histórico por toda força de uma população e o fundamento de qualquer civilização, também é, nessa modalidade, obsoleto diante da força dos Estados Nacionais cooptados pelo Capital Transnacional. E esse papel de resistência costuma ser feito sem a sofisticação necessária para afastar o estigma de xenofobia e truculência, mesmo quando não é o caso, minimizando possíveis alianças com abordagens tão corajosas quanto, mas mais articuladas e que sabem focar no verdadeiro inimigo, que não é o pobre trabalhador imigrante, e sim as elites econômicas que a todos exploram.
Os nacionalistas, incluindo os que ainda insistem no paradoxal conceito de 'nacional-socialismo', que são considerados Extrema-Direita apesar de serem absolutamente hostis ao grande Capital, encarnam o tradicional papel belicoso de defesa étnica e territorial que se é o responsável histórico por toda força de uma população e o fundamento de qualquer civilização, também é, nessa modalidade, obsoleto diante da força dos Estados Nacionais cooptados pelo Capital Transnacional. E esse papel de resistência costuma ser feito sem a sofisticação necessária para afastar o estigma de xenofobia e truculência, mesmo quando não é o caso, minimizando possíveis alianças com abordagens tão corajosas quanto, mas mais articuladas e que sabem focar no verdadeiro inimigo, que não é o pobre trabalhador imigrante, e sim as elites econômicas que a todos exploram.
Resultado: Vitória
dos mesmos Grandes Financistas e Traidores do Povo, que controlando o Estado
por meio dos partidos, conseguem pela esquerda corrompida e vendida ao
interesse elitista mal disfarçado, taxar qualquer reação nativa de nazista,
racista, fascista, machista e todos os adjetivos rotulantes cuja principal
função é paralisar o pensamento e disparar reações pavlovianas que jamais
permitirão a apreensão do possível conteúdo por trás deles. Bem como, pela
direita corrompida pelo interesse elitista explícito, cooptar à justificada
rejeição ao neoesquerdismo corrupto para engrossar as hostes dos que deveriam
defender a tradição mas passam a defender o direito irrestrito do poder
econômico em explorar ainda mais os trabalhadores.
Em suma, as elites
bancárias e empresariais, em grande parte sionistas, manipulam a tudo pela
farsa de uma "luta" entre o Liberalismo Econômico, à direita, e seu
irmão de sangue Liberalismo Cultural, à esquerda, que corrói o poder de
mobilização dos trabalhadores pela substituição da pauta econômica pelas pautas
separatistas de raça, sexualidade e principalmente gênero, que também tem como
função principal reduzir as taxas reprodutivas.
Somente o
pensamento varonil jovial pode se iludir ao ponto de achar que a defesa de uma
nação pode ser feita apenas pelos braços armados masculinos. Se para cada um
daqueles 300 houver uma mulher disposta a gerar ao menos 3 descendentes, então
eu apostaria que se trata de uma resposta séria e promissora no sentido de
preservação étnica de um nicho populacional já bastante reduzido. Mas se
estivermos falando de um bando de solteirões ou mesmo maridos cujas esposas
trocam a família pela carreira em corporações privadas e estatais a serviço da
mesma elite financista supracitada, então tal reação não passa de um espasmo
final de desespero de uma cultura moribunda e sem chance de se reerguer.
Pois além de
esmagada pela totalidade do poderio econômico, estatal e midiático, ainda
estaria sendo vítima da maior de todas as armas de destruição populacional em
massa já inventadas, o genocídio lento e silencioso da erradicação populacional
por não reprodução.
No máximo, o que
resta aos simbólicos 300 é relembrar o papel dos antigos espartanos no
desfiladeira das Termópilas (que hoje são tidos como heróis, mas eram
mais xenófobos e truculentos do que qualquer nazista jamais sonharia ser) diante
do poderio colossal combinado do Grande Capital, do Sionismo Bancário
Transnacional, do Estado vendido, e aos muitos milhões de imigrantes,
especialmente muçulmanos, que ainda pretendem invadir o país.
Mas esse papel de
Leônidas, a grande mídia, controlada pelas mesmíssimas forças supracitadas, já
reservou à "brava" ativista negra (devidamente protegida por
homens em câmeras e armas) que realizou um gesto de absoluta
insignificância a não ser para quem quer distorcer por completo toda a
realidade e apresentar o tabuleiro de desiguais forças completamente invertido.
NOTAS:
NOTAS:
1.
Tradução minha de citação em inglês em “Woman
who defied 300 neo-Nazis at Swedish rally speaks of anger”.
2. O Partido dos Democratas Suecos, fundado em 1988, saiu da obscuridade a partir de 2010, quando finalmente conseguiu representatividade para adentrar o parlamento do país, passando a crescer continuamente em reflexo a uma reação popular cada maior às políticas neoesquerdistas dominantes na Suécia. Hoje é o terceiro maior partido do país, com 49 parlamentares eleitos. Já o Parlamento Europeu é composto de 754 membros, 20 sendo suecos dos quais dois são do referido partido. Em conjunto com outros partidos de naipe ideológico similar, o nacionalismo ganha expressiva força na política da União Europeia, inclusive apresentando muitas vezes o que é chamado deeuroscptism, uma forte descrença, crítica ou mesmo rejeição à ideia de União Europeia. Ainda assim são menos numerosos que os Liberais de Esquerda ou de Direta.
3. Embora pouco divulgado, muito se fala na Suécia como uma cobaia para experiências sociais, especialmente feministas, exatamente por sua já histórica tendência a igualdade de gênero. Desde breves artigos como “MARRIAGE AND FAMILY: Swedish social laboratory's disastrous legacy”, a livros como “The Social Laboratory”, “the Middle Way and the Swedish Model: three frames for the image of Sweden”, bem como o artigo sobre o livro “A Brief Story of Swedish Sex: How the nation that give us free love redefined rape and declare war on Julian Assange”.
2. O Partido dos Democratas Suecos, fundado em 1988, saiu da obscuridade a partir de 2010, quando finalmente conseguiu representatividade para adentrar o parlamento do país, passando a crescer continuamente em reflexo a uma reação popular cada maior às políticas neoesquerdistas dominantes na Suécia. Hoje é o terceiro maior partido do país, com 49 parlamentares eleitos. Já o Parlamento Europeu é composto de 754 membros, 20 sendo suecos dos quais dois são do referido partido. Em conjunto com outros partidos de naipe ideológico similar, o nacionalismo ganha expressiva força na política da União Europeia, inclusive apresentando muitas vezes o que é chamado deeuroscptism, uma forte descrença, crítica ou mesmo rejeição à ideia de União Europeia. Ainda assim são menos numerosos que os Liberais de Esquerda ou de Direta.
3. Embora pouco divulgado, muito se fala na Suécia como uma cobaia para experiências sociais, especialmente feministas, exatamente por sua já histórica tendência a igualdade de gênero. Desde breves artigos como “MARRIAGE AND FAMILY: Swedish social laboratory's disastrous legacy”, a livros como “The Social Laboratory”, “the Middle Way and the Swedish Model: three frames for the image of Sweden”, bem como o artigo sobre o livro “A Brief Story of Swedish Sex: How the nation that give us free love redefined rape and declare war on Julian Assange”.
4.
Os artigos da wikipedia sobre Ahmad ibn Fadlan e Ahmad ibn Rustah são
bastante informativos. Mas no primeiro caso o texto “Among
the Norse Tribes: The Remarkable Account of Ibn Fadlan” é bem mais
detalhado. Ahmad Idn Fadlan foi romanceado pelo escritor de Ficção
Científica Michael Crichton na obra Os
Devoradores de Mortos, que como grande parte das obras deste escritor foi
transformada no filme O 13º Guerreiro, no qual
foi interpretado por Antonio Banderas.
Texto
originalmente publicado em:
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